“A pressão aumentada nos olhos é um forte indício para o desenvolvimento do glaucoma, além de outras doenças oculares”.
Por Mayra Triveloni
No Brasil, a principal causa da cegueira irreversível é o glaucoma, uma doença assintomática que pode levar anos até ser diagnosticada. Em entrevista à Estilo Saúde desse mês, a médica especialista no assunto, Dra. Elizabeth M. Maia, explica mais sobre essa doença que afeta mais de 65 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a OMS. Ela explica que o olho tem uma pressão interna que é diferente da pressão arterial. “O glaucoma é uma doença promovida, na maioria dos casos, por pressão intraocular elevada, que afeta o nervo óptico e é capaz de levar à cegueira se não for tratada a tempo”, destaca Dra. Elizabeth. O chamado glaucoma primário de ângulo abeto é o mais frequente e, também o que só apresenta sintomas já na fase avançada da doença.
“Uma pessoa pode viver anos com a pressão intraocular elevada sem apresentar sintomas; até o momento em que começa a enxergar as coisas como se olhasse através de um túnel”, comenta a especialista.
Nesse estágio, o campo visual já pode estar muito comprometido. Outro tipo de glaucoma é o de ângulo fechado, no qual pode haver um aumento súbito da pressão (crise de glaucoma agudo) que ocorre quando a saída do humor aquoso é subitamente bloqueada. Isso origina um aumento rápido, doloroso e grave na pressão intraocular. “Casos de glaucoma agudo são emergenciais, bem diferentes do tipo aberto, em que a pressão ocular desenvolve-se lenta e silenciosamente. Nestes casos, o paciente requer socorro emergencial. É comum que indivíduos com esse tipo de glaucoma enxerguem um círculo colorido ao redor das luzes”, acrescenta Dra. Elizabeth.
O glaucoma congênito, como o próprio nome diz, é o tipo em que a criança já nasce com a doença. “Este é um tipo raro e, se descoberto, deve-se tratar imediatamente”, diz a especialista. Por último, o glaucoma chamado secundário é decorrente de complicações em cirurgias oculares, catarata avançada, lesões oculares, uveítes, diabetes ou uso de corticóides.
GLAUCOMA TEM CURA?
A Dra. Elizabeth explica que o glaucoma não tem cura, mas é possível controlá-lo. Será necessário um tratamento adequado e contínuo; e o paciente deverá fazer exames regularmente para saber se a doença está controlada.
Fatores de risco
Idade acima de 40/ 50 anos, histórico familiar positivo para glaucoma, raça negra, portador de miopia maior de seis graus, portador de diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, apneia do sono, trauma ocular, dentre outros.
“A pressão aumentada dos olhos é um forte indício para o desenvolvimento do glaucoma, além de outras doenças oftalmológicas. Portanto, a visita ao oftalmologista deve ser realizada a cada seis meses. Entretanto, se o paciente sentir qualquer alteração ou dor nos olhos, deve procurar tratamento profissional imediatamente”, finaliza Dra. Elizabeth.