Ela aparece na pele, mas pode se manifestar como uma artrite e também comprometer a vida emocional do paciente.
Por Mayra Triveloni e Dra. Beatriz F. Baldi CRM 121.398
A psoríase é uma doença inflamatória de pele, mas, se não for tratada pode atingir vários órgãos; quem revela é a médica dermatologista Dra. Beatriz F. Baldi, em entrevista à Estilo Saúde desse mês. Segundo ela, a enfermidade é crônica, de origem auto-imune e pode atingir pessoas de qualquer faixa etária, porém, ela é mais frequente em pessoas com idade adulta. A seguir Dra. Beatriz esclarece mais sobre doença.
Pesquisas científicas apontam que 30% das vítimas da psoríase têm alguém na família com o mesmo problema.
ES: Dra. Beatriz, existe mais de um tipo?
Dra. Beatriz Baldi: Existem diferentes apresentações de psoríase, além da apresentação em placas descamativas que acometem braços, pernas e o tronco, a mais comum. A psoríase pode se apresentar com deslocamento de unhas, descamação em couro cabeludo, e até mesmo como lesões nas palmas das mãos e planta dos pés. É mais comum em adultos, mas também pode acometer crianças. Vale lembrar que a psoríase é uma doença de pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente.
ES: Quais são as causas da doença?
Dra. Beatriz Baldi: Sua causa é desconhecida, mas sabe-se que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e a suscetibilidade genética. Acredita-se que ela se desenvolve quando os linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos, causando assim as lesões na pele.
ES: Qual a relação que a doença tem com outros problemas de saúde, como a artrite, por exemplo?
Dra. Beatriz Baldi: É frequente a associação de psoríase e artrite psoriática, doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor. A patogênese das comorbidades em pacientes com psoríase permanece desconhecida. Entretanto, há hipóteses de que vias inflamatórias comuns, mediadores celulares e susceptibilidade estejam implicados.
ES: O que há de novo para o tratamento?
Dra. Beatriz Baldi: o tratamento de psoríase precisa ser individualizado, ou seja, o que é bom para um paciente não necessariamente funciona bem para o outro. Existem diversas opções de tratamentos, de acordo com a gravidade do quadro. Os ‘agentes biológicos’ são atualmente a mais nova arma terapêutica, uma vez que agem de maneira mais específica sobre as células causadoras da psoríase, e com poucos efeitos colaterais. Hoje, com as diversas opções terapêuticas que existem, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase.