Um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) revelou uma estatística aterradora: entre os 100 países com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Brasil tem a terceira maior taxa de abandono escolar (24,3%), a frente apenas da Bósnia Herzegovina (26,8%) e das ilhas de São Cristóvão e Neves (26,5%). Ou seja, a cada quatro alunos que iniciam o ensino fundamental no Brasil, um abandona os estudos antes de chegar à última série.
Entre os fatores que levam à evasão escolar destaca-se a falta de interesse (40%), seguida de longe pelo motivo renda e trabalho (27%). Portanto, um aspecto importantíssimo e que tem interferência direta nas estatísticas de permanência escolar é a maneira como se dá a relação entre os pais e os educadores.
Definição dos papéis é fundamental
Embora a família e a escola precisem trabalhar em conjunto para obter melhores resultados no aprendizado das crianças, cada uma tem papéis definidos e que devem estar muito claros para que não haja conflitos durante os processos de educação. O papel da família, por exemplo, além de prover recursos básicos, é oferecer acolhimento, proteção e transmitir os valores éticos e morais.
Já à escola, cabe a responsabilidade de ensinar os alunos levando em conta as individualidades de cada um. Embora juntos eles componham uma massa estudantil, como indivíduos têm uma história, um sonho e um tipo diferente de comportamento.
Também é dever da escola fazer com que o aprendizado capacite os estudantes para o futuro profissional, além de proporcionar um ambiente amigável onde a convivência com a diversidade e a pluralidade de ideias seja não apenas permitida, mas também estimulada.
Falta de comunicação é coisa do passado
Durante muito tempo, a relação dos pais com a escola dos filhos esteve limitada à presença deles nas reuniões de pais e mestres, ou às eventuais visitas por motivos disciplinares. Para os profissionais da área da educação, fica evidente a diferença no rendimento de alunos cujos pais estão mais presentes em relação àqueles que não têm o mesmo apoio da família. Essas disparidades são notáveis não apenas no desempenho escolar, mas nas habilidades de convívio social com outras crianças.
Para outra parcela de pais, a comunicação com a escola se dá apenas por meio de recursos como as agendas escolares. No formato físico, elas servem como um instrumento de transmissão de mensagens, porém não são tão eficazes, já que mesmo para assuntos muito relevantes, não há como a escola garantir que a mensagem chegará de fato ao destinatário em tempo hábil.
Para atender essas e outras demandas, um grupo de profissionais de Santa Catarina desenvolveu um estudo envolvendo vários casos de escolas de berçário, ensino fundamental e médio e elencou as principais dificuldades na comunicação entre pais e educadores. Desse estudo surgiu a plataforma ClipEscola, um aplicativo que promove a interação entre família e escola de maneira integrada e sistemática.
Entre as funções do app ClipEscola, estão a possibilidade de troca de mensagens com confirmação de leitura, envio de arquivos, materiais didáticos e vídeos, pedidos de autorizações para passeios e atividades extracurriculares, controle de recebimentos de taxas e mensalidades e até uma vinculação ao sistema de GPS para avisar a escola quando os pais estão chegando para buscar os filhos.
Dessa forma, a maior parte da burocracia relacionada à gestão administrativa de uma unidade escolar é resolvida com economia de tempo e recursos. Isso é positivo para a escola, inclusive, em termos de redução de custos; é positivo para os pais, que podem acompanhar as rotinas escolares com mais praticidade, em tempo real; e é positivo para os alunos, que podem usufruir dos benefícios do bom relacionamento entre a família e os educadores.