Por Mário Nunes, EL Fotos EL
Mulheres em situação de violência são, infelizmente, realidade no Brasil e, em tempos de isolamento, elas enfrentam mais um problema: a dificuldade em denunciar os agressores. Diante desse cenário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançaram em junho a campanha “Sinal Vermelho para a Violência Doméstica”. A iniciativa, que conta com parcerias como a Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) e redes de drogarias, tem como foco ajudar mulheres em situação de violência a pedirem ajuda nas farmácias do país.
Coerente com o foco da campanha, as mulheres, a campanha em Assis foi liderada por duas representantes femininas do Poder Judiciário, as juízas de Direto do Fórum de Assis, Mônica Tucunduva Manfio, da Vara de Família e Sucessões, e Marcela Papa Paes, da 1ª Vara Cível de Assis.
Elas cederam suas imagens com a palma da mão marcada por um “X” na cor vermelha que é o símbolo a ser usado como identificação de que a mulher está enfrentando violência doméstica e uma forma silenciosa de a vítima pedir ajuda em estabelecimento farmacêutico.
As magistradas de Assis esperam que haja a adesão de todos os estabelecimentos do ramo farmacêutico da cidade, seja ou não de grandes redes nacionais. Ressaltam que é importante que o atendente de farmácia haja com discrição e tranquilidade e, se for o caso, encaminhar a mulher a um local reservado para que possa se distanciar do agressor.
Como funciona
A campanha Sinal Vermelho para a Violência Doméstica tem por objetivo oferecer um canal silencioso, permitindo que as mulheres se identifiquem e sejam ajudadas de forma discreta, como explica Maria Cristiana Ziuova, coordenadora do Movimento Permanente de Combate à Violência Doméstica do CNJ. “É uma atitude relativamente simples que exige dois gestos apenas: para a vítima, fazer um X nas mãos; para a farmácia, uma ligação”.
Com um “X” vermelho na palma da mão, que pode ser feito, por exemplo, com caneta ou batom, a vítima sinaliza que está em situação de violência, indica por escrito seu nome e endereço. Com esses dados em mãos, os atendentes das farmácias e drogarias que aderirem à campanha deverão ligar imediatamente para o telefone 190 e informar a situação, de acordo com orientação do Conselho Nacional de Justiça.
Nas redes sociais
As juízas Marcela Papa Paes e Mônica Tucunduva Manfio possuem o Instagram “MM.Justica” para aproximar das pessoas da Justiça de uma forma descomplicada. A campanha Sinal Vermelho é tema de um vídeo curto em que a Dra. Mônica dá informações e convida as pessoas a abraçar a causa.
Uma das formas de colaborar é pintar um X vermelho na palma da mão, fazer uma selfie e publicar em perfis das redes sociais usando a hashtag #campanhasinalvermelho.