A ultrassonografista Dra. Maria Júlia tira as principais dúvidas sobre o exame
Por ES e Dra. Maria Julia P. de Macedo Bertolucci CRM 130891
A ultrassonografia tridimensional (3D), também chamada de volumétrica, é utilizada com a finalidade de obtermos imagens em três planos ortogonais (longitudinal, transversal e coronal) e “navegar” nestes de forma a se realizar uma melhor avaliação dos órgãos estudados. Mais comumente utilizada na obstetrícia, pode ser também aplicada no diagnóstico de malformações uterinas e avaliação de tumores ginecológicos e mamários.
Avanço tecnológico
Na atualidade, ela possui um papel de fundamental importância na propedêutica obstétrica, possibilitando obter melhores informações, dando um salto gigantesco no diagnóstico pré-natal, nos permitindo observar de forma decisiva toda a superfície fetal. Assim, avançamos também no diagnóstico das pequenas alterações, que outrora eram de difícil avaliação, como implantação baixa das orelhas, malformações das extremidades e deformidades faciais.
Qual a diferença?
O método 4D nada mais é do que a obtenção de imagens em 3D em tempo real, ou seja, através deste, podemos ter uma visão da superfície fetal em conjunto com a avaliação da atividade fetal intra-útero com uma perfeição quase que inacreditável.
Qual o melhor período para a realização do exame?
O exame pode ser realizado em qualquer período gestacional, porém, o efeito “mágico” pela beleza plástica do resultado se faz a partir da 26ª semana, cujo feto já possui tecidos muscular e subcutâneo (gordura) mais abundantes, permitindo uma melhor resolutividade. Lembrando que alguns problemas técnicos podem dificultar a obtenção das imagens e é muito importante que sejam esclarecidos. Em 80% das pacientes que se propõem a fazer o exame, conseguem imagens ideais; em 10% com alguma dificuldade, e outras 10% não conseguem um bom resultado.
Limitações técnicas
• Oligo-hidrâmnio (pouca quantidade de líquido amniótico) ou interface aquosa insuficiente adjacente à região interessada;
• Hiperatividade fetal, ansiedade materna ou mesmo mãe muito emotiva promovendo movimentos no abdômen que interferem no transdutor e obviamente repercutem na imagem;
• Posicionamento do feto (dorso anterior/ posição de bruços), dificultando a avaliação da face.