Visando restaurar o equilíbrio do organismo, a modulação hormonal pode ser feita tanto por homens, quanto por mulheres.
Por ES e Dra. Mônica Demian CRM 117.218
Com alguma frequência você sente cansaço, ou tem problemas com o sono, perda de libido, estresse ou briga com a balança? Embora muitas pessoas considerem sintomas como esses como sendo “normais”, em alguns casos podem indicar um desequilíbrio nos níveis hormonais. Se for este o caso, é comum que se indique como tratamento a modulação hormonal. Há diferentes formas de se fazer essa modulação, no entanto, fomos procurar informações sobre uma das que está chamando mais a atenção devido aos resultados positivos. Confira na entrevista a seguir os esclarecimentos da Dra. Mónica Demian, da Clínica Demian, sobre o implante subcutâneo para modulação hormonal, também conhecido como “chip da beleza”.
ES: O que é modulação hormonal?
Dra. Mônica: Os hormônios são substâncias químicas “fabricadas” pelo nosso corpo e elas são responsáveis por diferentes funções biológicas. Existem mais de 50 hormônios agindo a todo o momento no nosso organismo, e eles precisam estar em níveis adequados para que nossa saúde e bem-estar não sejam afetados. O objetivo da modulação hormonal é resgatar o equilíbrio funcional do organismo de forma a impactar positivamente na nossa saúde.
ES: Como funciona a modulação por meio do implante?
Dra. Mônica: Há dois tipos de implantes: os bioabsorvíveis, ou pellets, que tem duração de seis meses e não precisam ser retirados, sendo absorvidos pelo próprio organismo, e os de silicone, feitos com o mesmo material usado em próteses mamárias, cujas paredes possuem poros que permitem a passagem das moléculas de hormônios em doses diárias, durante um período pré-determinado de 6 meses a 1 ano, precisando ser retirados após o período de validade.
ES: Como podemos saber se nossos hormônios estão desregulados?
Dra. Mônica: O processo se inicia com uma avaliação oral, através da qual se busca conhecer o histórico de vida do paciente, de sua saúde, seus hábitos, suas queixas e expectativas. Alguns exames clínicos podem ser solicitados, em especial um detalhado exame de sangue, através do qual são analisados diversos parâmetros, dentre esses, os níveis hormonais do paciente. Após a avaliação dos resultados é traçada uma linha de conduta com o paciente, a qual, possivelmente, demandará a introdução de alguns hábitos e a supressão de outros na sua rotina. A modulação hormonal é indicada para pessoas que têm clara deficiência ou desequilíbrio hormonal, estão tendo sua qualidade de vida prejudicada, e não conseguem obter o necessário equilíbrio sem a modulação.
ES: Cite alguns exemplos de hormônios que, quando desequilibrados, podem prejudicar a qualidade de vida?
Dra. Mônica: Vejamos dois exemplos para que fique mais fácil de entender a importância dos hormônios para a saúde: melatonina e cortisol. A melatonina é um hormônio produzido na glândula pineal, que ajuda a preparar o organismo para dormir. Por isso, quando está em baixa no corpo, pode causar quedas na qualidade do sono e até mesmo a insônia. Já o cortisol é considerado um hormônio do estresse. Aumenta os batimentos cardíacos, torna a respiração mais rápida e tenciona os músculos. Funciona como uma defesa a uma ameaça externa. Quando constantemente alto, pode gerar um quadro de esgotamento e queda da imunidade.
ES: E a testosterona, pode ser utilizada pelas mulheres também?
Dra. Mônica: Conhecida por “comandar” o corpo masculino, a testosterona também está presente no organismo da mulher, mas em pequena quantidade. Nas pessoas do sexo feminino, o hormônio é produzido nos ovários e nas glândulas suprarrenais, tendo entre suas funções auxiliar o processo de reprodução. Ela é importante no meio ciclo menstrual, o período da ovulação, porque a testosterona aumenta a libido, fazendo a mulher sentir mais desejo pela relação sexual. Este hormônio também ajuda a aumentar a massa muscular, a disposição física e o emagrecimento. Usar anticoncepcional, ter uma alimentação não balanceada e estar obeso são fatores que podem diminuir as taxas de testosterona no corpo feminino. A solução, nestes casos, é trocar o método contraceptivo, adotar uma dieta adequada e deixar de ser sedentário, mas sem excesso, porque é preciso levar em consideração que fazer exercícios em excesso também pode reduzir a quantidade do hormônio no organismo. Além da reposição hormonal, a testosterona pode ser usada em casos específicos de tratamentos de câncer e endometriose, de acordo com o diagnóstico de cada paciente. A concentração e a via de administração (via oral, injeção ou implante) desse hormônio devem ser rigorosamente seguidas por orientação médica, para evitar que sobrecarreguem o fígado.