Analistas, empresários e economistas nacionais e internacionais têm chegado a uma mesma conclusão para o cenário econômico brasileiro de 2015: não será um bom ano. Os motivos são muitos e, boa parte, estão ligados à política econômica adotada até então pelo governo federal chamada de a “nova matriz econômica”: expansão fiscal (estímulos), crédito abundante a juros subsidiados e taxa de câmbio controlada. Diante desse cenário, convidamos nosso colunista e economista, Ricardo Zollner, a avaliar a situação e a fazer previsões para este ano e também para os próximos da administração de Dilma Roussef.
Segundo ele, as ações do governo federal esperadas para este ano causam pessimismo em investidores, economistas, empresários e alcançaram a percepção da população. “O consumo das famílias vive um momento de desaceleração, tanto pelo fim dos programas de incentivo ao consumo, quanto pela menor oferta de crédito, e a visão majoritária agora é de que a elevação nos preços não vai ceder até o fim de 2015, com esperança de que em 2016 possa haver um cenário melhor para a atividade econômica”, explica.
O economista destaca que esse pessimismo vem das sucessivas decepções com o ritmo da atividade desde anos anteriores. “No segundo trimestre do ano de 2014, a economia brasileira encolheu 0,6%, entrando em recessão técnica pela primeira vez desde a crise de 2008/09”, revela. No caso da inflação oficial, as expectativas também estão longe de serem otimistas. No início deste ano, economistas esperam que o IPCA chegue ao final de 2015 em 6,66%, mesmo com medidas mais austeras anunciadas pela nova equipe econômica, chefiada pelo Ministro da Fazenda Joaquim Levy.
Assim, o quadro é de inflação elevada e sem abrandamento no médio prazo, mesmo após o recente ciclo de aperto monetário. O ajuste dos preços administrados pelo governo dificulta bastante que o quadro inflacionário seja reduzido até o final deste ano.
Neste ambiente, com a leitura do cenário econômico do Brasil em 2015, se pode esperar:
- Inflação acima do teto da meta;
- Dólar em alta;
- Instabilidade política devido a todas as investigações sobre corrupção;
- Baixo crescimento econômico;
- Risco de novo rebaixamento e perda de grau de investimento do Brasil;
- Possibilidade de aumento dos juros nos EUA com impactos negativos no Brasil;
- Juros (taxa Selic) em alta durante 2015;
- Aumento do desemprego;
- Aumento da exportação e inibição das importações;
- Aumento dos impostos.
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